Trânsito e tecnologia: uma parceria que salva vidas

​O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou, em recente pesquisa sobre o trânsito de veículos, que quase 4 milhões de pessoas se envolveram em algum acidente de trânsito no último ano. Trata-se de número alarmante, ainda mais se levarmos em conta que 2020 foi ano atípico, com restrição de circulação de pessoas e veículos, por conta dos efeitos da pandemia causada pelo COVID 19.

Para efeitos de comparação, ao analisarmos apenas os acidentes com vítimas fatais, no ano de 2018 tivemos 32.655 pessoas que perderam a vida em estradas brasileiras, recordando que não tivemos restrições de circulação nesta época. Entretanto, em 2020, mesmo com todas as limitações impostas pela administração pública, cerca de 35 mil pessoas tiveram óbitos registrados em decorrência de acidentes de trânsito, sendo assim, atingindo a lamentável marca de 1 morte a cada 15 minutos.

​Com base nos acontecimentos relatados acima, diversas medidas vem sendo elaboradas para se buscar uma redução de acidentes, entre elas, a campanha maio amarelo (movimento que tem como objetivo alertar o alto número de mortes e feridos em decorrência de acidentes de trânsito) e a adoção de novas tecnologias que atuem em favor de um trânsito seguro e consciente.

​Falando especificamente em tecnologias diversas, das atualmente localizas em nossos veículos, muitas surgiram após anos de estudo e desenvolvimento em grandes institutos de pesquisa e empresas da área, ao redor do mundo. Vamos recordar alguma delas e conhecer outras que ainda serão aplicadas em larga escala:

​1. Airbag e Cinto de Segurança:

Um velho conhecido entre os itens de segurança, também sofreu aperfeiçoamento da tecnologia ao longo dos anos, saindo do “cinto de dois pontos” para o “cinto de três pontos”, que aumentou a bastante a segurança ao distribuir o impacto do acidente por todo corpo (assim, dividindo a força do choque).

​Um outro avanço tecnológico importante foi a instituição, em grande parte dos veículos atuais, do sinal sonoro e luminoso, que são acionados quando o motorista ou, em alguns casos, algum passageiro não estiver com o cinto acoplado quando o carro se movimenta.

​Atualmente, a Ford S/A trabalha no desenvolvimento do cinto inflável, que mistura o atual cinto de três pontos com o airbag, explicamos: em um choque causado ao veículo a malha do cinto, que é flexível, irá se expandir ao longo do corpo da pessoa, criando uma colcha protetora para os principais pontos do corpo.

Ainda sobre o airbag, a Honda tem apresentou um protótipo com três áreas infláveis para os ocupantes dos bancos dianteiros do veículo. Cabe lembrar que esse sistema funciona por meio de sensores que são localizados na estrutura do veículo que, ao captar de onde vem a força do impacto, aciona as bolsas infláveis necessárias para reduzir o impacto.​

2. Controle de Estabilidade (Electronic Stability Program – ESP / ESC – Electronic Stability Control):

Uma das inovações mais festejadas pelos setores especializados, o controle de estabilidade (ESP/ESC) demonstrou, em pesquisas realizadas, uma redução de 40% nos acidentes fatais. Se levarmos em conta apenas os sinistros ocorridos por derrapagem esse percentual chega a impressionantes 80%.

​Seu funcionamento é bastante simples: sensores instalados, com dados previamente programados, monitoram a velocidade e oscilação das rodas para, caso ocorra uma movimentação estranha aos limites estabelecidos, acionar automaticamente os freios, até parar totalmente o veículo.

Tal tecnologia já é aplicada, de forma obrigatória na Europa e nos Estados Unidos, passando a ser instituída da mesma forma, para os carros produzidos no país, a partir de 2022.

​3. Sensores de Estacionamento:

​Um dos itens mais procurados atualidade. Por meio de sensores que são instalados no veículo (sendo que alguns já vem de fábrica) um computador central consegue captar, por meio de ondas sonoras silenciosas, a distancia do carro para quaisquer corpos próximos (bens, construções ou, até mesmo, pessoas) evitando, assim, acidentes em potencial.

​4. Mecanismos Eletrônicos de Fiscalização:

O Estado, como organizador das tarefas de interesse público, tem o poder de estabelecer normas comuns de conduta em vários setores, entre eles, no deslocamento de veículos.

​Por meio de instrumentos tecnológicos como, por exemplo, radares instalados em rodovias e aparelhos de bafômetro os agentes públicos conseguem estabelecer duas medidas de suma importância para organização social: a preventiva (buscando evitar que a transgressão ocorra) e a repressiva (aplicando penalidades após a realização do ilícito com caráter de punitivo).

​Muitos motoristas não são favoráveis, principalmente, com relação a utilização dos radares, com alegações comuns que seriam mecanismos de uma espécie de “indústria da multa”, mas é importante ressaltar a necessidade dessa fiscalização, pois, caso contrário, cada indivíduo faria suas próprias regras de deslocamento aumentando os casos de acidentes.

​5. Carros Autônomos:

​A etapa de desenvolvimento tecnológico mais aguardada por milhões de pessoas ao redor do mundo. Os carros autônomos já fazem parte da nossa fantasia a partir de diversos filmes futuristas produzidos pelos mais aclamados estúdios de Hollywood.

Por mais que algumas pessoas conceituem tal instrumento como um “piloto automático” ainda estamos longe da aplicação da tecnologia nesse sentido. Ademais, tal ferramenta pode ser corretamente classificada como sendo o instrumento que permite uma maior assistência de condução, até podendo trafegar sem a necessidade da condução de uma pessoa.

​Com relação ao prazo de aplicação em nosso dia a dia, ainda careceremos da realização de mais testes. Tal cautela se justifica: imagine se vários veículos autônomos fossem enfrentar o trânsito atual em sua etapa de testes? Se algo desse errado, muitas pessoas poderiam se ferir ou, até mesmo, vir a falecer.

Sendo assim, tais pesquisas tem sido aplicadas em áreas de segurança de forma paulatina. Incialmente, em velocidade controlada e distância diminuta até passar, progressivamente, para a velocidade máxima permitida na legislação e em maiores percursos.

​6. Frenagem Automática de Emergência:

​Trata-se de um dos instrumentos tecnológicos mais incríveis em seu modo de funcionamento. Aqui, diversos sensores são instalados no veículo e são ligados a um conjunto de câmeras internas, fixadas em sua estrutura.

​Uma das pesquisas que gera mais entusiasmo dos cientistas é a que possibilita que o sistema de frenagem automática pare o carro quando a câmera captar que o motorista está com os olhos fechados há um determinado número de segundos.

​Imaginem quantas fatalidades poderiam ter sido evitadas se tal sistema pudesse ser instituído anteriormente? Quantos motoristas, com carga excessiva de trabalho, acabam por dormir na direção, pela sobrecarga de serviços?

Sendo assim, nos resta torcer para que tais novidades possam ser difundidas, pelo maior número de veículos, o mais breve possível.

Por: João Eduardo

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